Quanto vale o seu voto?

É possível considerar as eleições do Brasil sérias? Essa é a pergunta que me faço todas as vezes em que topo com alguma propaganda eleitoral. Isso ocasiona um choque de reflexões em minha mente, pois não consigo imaginar como as eleições podem ser levadas a sério em um País, que banaliza cada vez mais o voto.
A cada período eleitoral assistimos candidatos patéticos e absurdos aparecerem diante de nossos olhos, que muitas vezes depositam a confiança em uma pessoa que nem sequer sabe o que irá fazer em seu "futuro" cargo.
É estranho pensar em votos de cabresto e vendas de voto em algumas parte do Brasil, mas é mais estranho ainda votar em um candidato porque o achou engraçado. É difícil imaginar um País democrático desta maneira, no qual jovens estão mais interessados em quem é o artista da semana do que no que poderá acontecer nos próximos quatro anos. Cada um deveria fazer um exame de consciência e verificar o quanto seu voto é importante para que o cenário político se modifique.

Os subúrbios continuam marginalizados

O projeto de construção do estádio do Corinthians em Itaquera, região leste da Grande São Paulo, me fez pensar se realmente, a periferia está preparada para abrigar tal monumento.

Como moradora de um bairro carente da cidade, tive a oportunidade de observar suas mudanças de perto. Com o passar dos anos, pude perceber que ocorreram alguns investimentos em parte de infraestrutura, mas nenhuma transformação profunda. Em comparação com redutos nobres da cidade, os subúrbios continuam marginalizados, sujos e sem capacidade física para receber tantas pessoas.

Quando se descobre que a classe C e D é uma potência consumidora, toda a iniciativa privada se mobiliza para inserir comércios e tirar proveito da situação, o que em todo caso não pode ser considerado como algo ruim, mas e quanto às ações realizadas pelo poder público para as melhorias dessas regiões?

Onde estão os avanços no transporte, no saneamento básico, na saúde, na educação e na cultura? A periferia é uma mina de ouro aos olhos de investidores, mas continua sendo esquecida pelas políticas públicas e sociais. Uma prova disso é a escassez de locais onde as pessoas possam trocar ideias, receber aulas, qualificações e ampliar seus conhecimentos.

As pessoas que aqui vivem não param, assim que as ações que deveriam tratar de melhorar as condições de vida de todas não deveriam cessar.