Cinemas de rua estão ameaçados

Diante da notícia de que em pouco tempo o Cine Belas Artes, importante cinema de rua de São Paulo, pode ter suas portas fechadas, eu reparei que várias outras salas paulistanas foram extinguidas. A cada dia os filmes "blockbusters" ganham mais espaço por meio de mega empreendimentos, especialmente em shoppings centers, e as salas de exibição de rua estão sendo esquecidas.

Muitos dos cinemas que têm em cartaz filmes alternativos, foram à falência devido a falta de público. As pessoas preferem gastar mais e assistir roteiros medianos que tenham toda a parafernalha 3D ao apreciar obras que exijam um pouco mais de seu intelecto. Isso porque, não estou contando com o número de espectadores que vão ao cinema interessados em consumir produtos como pipoca e refrigerante. Em uma matéria da revista Mundo Estranho, que aborda o início do consumo da pipoca nas salas, existe um dado alarmante: nos Estados Unidos, as vendas de pipoca chegam a 45% dos lucros dos cinemas. Eu me pergunto como isso pode acontecer?

Talvez, a explicação esteja nos novos hábitos de consumo da sociedade, onde o poder de compra e o status de assistir um filme em grandes telas com perspectivas futurísticas vale mais do que sentir emoção, ou aprender algo com a história que está vendo.

Para onde foram as cartas?

Sempre considerei a importância de se expressar. Desde criança, eu escrevia em cadernos sobre algo que me irritava ou que me deixava feliz. Com o passar dos anos e com o avanço tecnológico, passei a desenvolver meus pensamentos via internet. A tecnologia em certo ponto, me favoreceu nesse sentido. Hoje, as pessoas criam blogs e escrevem o que querem, isso é extremamente importante, pois não devemos calar a voz do povo. Mas até que ponto isso é algo positivo? Eu gosto de escrever no papel, de ter algo impresso para guardar como recordação, porém sinto que todos nós esquecemos do valor sentimental que uma carta escrita a mão tem.
O antigo, as lembranças boas e o papel de carta são tão necessários quanto os gadgets high tech. Já parou para pensar a quanto tempo não recebe uma correpondência em seu nome que não seja comercial, ou de cobranças?