Jogo de interesses


Depois de uma enxurrada de acusações e baixarias, finalmente chega o dia do povo brasileiro eleger seu novo presidente. O que mais me chamou a atenção neste período eleitoral foi o uso da religião como moeda para troca de votos. Religião e política podem se misturar?

Em um país que ainda é “jovem” de democracia, essa mistura pode atrapalhar o processo democrático, pois muitas pessoas ainda não têm a devida consciência de que cada voto é valioso e que existem diversas instituições interessadas em possíveis benefícios. 


É extreamamente vergonhoso tanto para um ateu quanto para um cristão, ciente de sua cidadania, ver líderes espirituais usarem nomes de divindades para conseguir votos para determinados candidatos ou apoiá-los explicitamente.

Não disponho aqui da opinião de um cientista político, mas o meu olhar de simples observadora e cidadã brasileira não me permite ser compatível com esse jogo de interesses, que leva milhões de pessoas a entregarem seu voto por pedido de líderes religiosos. A democracia do Brasil é algo extremamente sensível e complicado para deixar que existam interferências como estas que vemos.





Quanto vale o seu voto?

É possível considerar as eleições do Brasil sérias? Essa é a pergunta que me faço todas as vezes em que topo com alguma propaganda eleitoral. Isso ocasiona um choque de reflexões em minha mente, pois não consigo imaginar como as eleições podem ser levadas a sério em um País, que banaliza cada vez mais o voto.
A cada período eleitoral assistimos candidatos patéticos e absurdos aparecerem diante de nossos olhos, que muitas vezes depositam a confiança em uma pessoa que nem sequer sabe o que irá fazer em seu "futuro" cargo.
É estranho pensar em votos de cabresto e vendas de voto em algumas parte do Brasil, mas é mais estranho ainda votar em um candidato porque o achou engraçado. É difícil imaginar um País democrático desta maneira, no qual jovens estão mais interessados em quem é o artista da semana do que no que poderá acontecer nos próximos quatro anos. Cada um deveria fazer um exame de consciência e verificar o quanto seu voto é importante para que o cenário político se modifique.

Os subúrbios continuam marginalizados

O projeto de construção do estádio do Corinthians em Itaquera, região leste da Grande São Paulo, me fez pensar se realmente, a periferia está preparada para abrigar tal monumento.

Como moradora de um bairro carente da cidade, tive a oportunidade de observar suas mudanças de perto. Com o passar dos anos, pude perceber que ocorreram alguns investimentos em parte de infraestrutura, mas nenhuma transformação profunda. Em comparação com redutos nobres da cidade, os subúrbios continuam marginalizados, sujos e sem capacidade física para receber tantas pessoas.

Quando se descobre que a classe C e D é uma potência consumidora, toda a iniciativa privada se mobiliza para inserir comércios e tirar proveito da situação, o que em todo caso não pode ser considerado como algo ruim, mas e quanto às ações realizadas pelo poder público para as melhorias dessas regiões?

Onde estão os avanços no transporte, no saneamento básico, na saúde, na educação e na cultura? A periferia é uma mina de ouro aos olhos de investidores, mas continua sendo esquecida pelas políticas públicas e sociais. Uma prova disso é a escassez de locais onde as pessoas possam trocar ideias, receber aulas, qualificações e ampliar seus conhecimentos.

As pessoas que aqui vivem não param, assim que as ações que deveriam tratar de melhorar as condições de vida de todas não deveriam cessar.

A reciclagem e sua importância


Reciclar consiste em selecionar materiais que são descartados para o lixo e transformá-los em novos produtos para o consumo. Os itens industrializados que podem ser reaproveitados nesse processo de transformação são: papel, plástico, vidro, metal e, até mesmo, material orgânico, que pode ser usado como adubo para plantações.  Muitos destes materiais demoram séculos para entrar em decomposição. Enquanto isso, o meio ambiente e os animais sofrem com essa poluição, que coloca em risco todo o ecossistema.
Segundo dados da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), as atividades de reciclagem de resíduos sólidos urbanos no Brasil, ainda registram índices insatisfatórios, mas tem chance de se expandir no País. Para aumentar esses indicadores, se faz necessária a realização da coleta seletiva, que é oferecida em alguns lugares por meio da prefeitura ou repartições públicas, porém a grande maioria das cidades não possui este serviço, que acaba sendo feito por catadores. Trabalhando por conta própria ou através de cooperativas, esses trabalhadores conseguem gerar renda com o que algumas pessoas consideram inutilizável e acabam fazendo parte de uma cadeia de profissões sustentáveis.
No Brasil, existem cerca de 1,5 milhão de empregos verdes, de acordo com informações da Organização Internacional do Trabalho (OIT). As áreas de atuações variam entre os setores de pesquisa científica, energias e combustíveis renováveis, artesanato, entre outros rumos. Unindo a preocupação com o meio ambiente e a inclusão social, há oito anos, a Cooperativa União Faz a Força Itaquera (CRUFFI), entidade sem fins lucrativos, oferece oportunidades de emprego para quem não consegue uma colocação no mercado e trabalho. Além disso, a CRUFFI desenvolve um projeto, onde seus cooperados visitam residências e escolas orientando a população da região sobre a importância da reciclagem.
Quem quiser começar a reciclar seu lixo deve tomar algumas precauções, antes de sair separando todos os materiais que encontra pela frente, como lavar e secar as embalagens para não criar bactérias e colocar os recicláveis em recipientes separados de resíduos orgânicos. Feito isto, procure uma cooperativa de coleta seletiva e reciclagem e entregue seus recicláveis.
Serviço:
Cooperativa União Faz a Força de Itaquera
Av. Prof. João Batista Conti, 1271, salas 644 E e F
Conj. José Bonifácio –Itaquera – Telefone: 2523-4669
Materiais: Plástico, papel e metal.


Cooperativa de catadores (as) seletivos (as) do Parque Cocaia de São Paulo
Estrada do Schmidt,2999
Jardim Chácara do Sol – Grajaú – Telefone: (011) 5932-3279
Materiais: Plástico, Metal, Papel, Pilha, Bateria, Vidro, Embalagens Longa Vida, Tubo Dental, Tecido, Óleo, Eletrônicos, Borracha.

Cooperativa Lixo Porquê
Av. Robert Kennedy, 6050
Vila Maria – Telefone: (011) 5666-9796
Materiais: Plástico, Metal, Papel, Bateria, Vidro.

IACE -  Instituto de ação cultura e ecológica
Av. Mutinga, 1425
Pirituba – Telefone: (011) 6905-0563 Site: www.iace.org.br
Materiais: Plástico, Metal, Papel, Embalagens Longa Vida, Óleo.

Para saber se existe uma cooperativa próxima de você, acesse: http://www.cempre.org.br/ ou ligue para: (11) 3889-7806 / 8564







Cinemas de rua estão ameaçados

Diante da notícia de que em pouco tempo o Cine Belas Artes, importante cinema de rua de São Paulo, pode ter suas portas fechadas, eu reparei que várias outras salas paulistanas foram extinguidas. A cada dia os filmes "blockbusters" ganham mais espaço por meio de mega empreendimentos, especialmente em shoppings centers, e as salas de exibição de rua estão sendo esquecidas.

Muitos dos cinemas que têm em cartaz filmes alternativos, foram à falência devido a falta de público. As pessoas preferem gastar mais e assistir roteiros medianos que tenham toda a parafernalha 3D ao apreciar obras que exijam um pouco mais de seu intelecto. Isso porque, não estou contando com o número de espectadores que vão ao cinema interessados em consumir produtos como pipoca e refrigerante. Em uma matéria da revista Mundo Estranho, que aborda o início do consumo da pipoca nas salas, existe um dado alarmante: nos Estados Unidos, as vendas de pipoca chegam a 45% dos lucros dos cinemas. Eu me pergunto como isso pode acontecer?

Talvez, a explicação esteja nos novos hábitos de consumo da sociedade, onde o poder de compra e o status de assistir um filme em grandes telas com perspectivas futurísticas vale mais do que sentir emoção, ou aprender algo com a história que está vendo.

Para onde foram as cartas?

Sempre considerei a importância de se expressar. Desde criança, eu escrevia em cadernos sobre algo que me irritava ou que me deixava feliz. Com o passar dos anos e com o avanço tecnológico, passei a desenvolver meus pensamentos via internet. A tecnologia em certo ponto, me favoreceu nesse sentido. Hoje, as pessoas criam blogs e escrevem o que querem, isso é extremamente importante, pois não devemos calar a voz do povo. Mas até que ponto isso é algo positivo? Eu gosto de escrever no papel, de ter algo impresso para guardar como recordação, porém sinto que todos nós esquecemos do valor sentimental que uma carta escrita a mão tem.
O antigo, as lembranças boas e o papel de carta são tão necessários quanto os gadgets high tech. Já parou para pensar a quanto tempo não recebe uma correpondência em seu nome que não seja comercial, ou de cobranças?

Procura eterna por algo que não virá

Depois de muito tempo voltei, para afirmar que não me calei e que tenho direito de resposta a tudo o que sou obrigada a engolir sem ter vontade. As pessoas dizem o que devo fazer, para onde ir, o que seguir, como se comportar, ditam o que tem de ser feito sem se preocupar como fica a cabeça do sujeito. BASTA!
O mundo gira, gira, gira e nada muda, são sempre as mesmas caras e as mesmas conversas que estou cansada de ouvir.
Acho que todas as pessoas deveriam dizer o que vem na sua cabeça, protestar se algo não lhe apetece, se está insatisfeito com o sistema, com seu trabalho, ou com a iluminação pública. Se esconder por trás de aparências, fazer cena, cuidar da vida alheia, assistir novela para suprir o desejo de não ter a mesma vida da mocinha da tv, não vai mudar o jeito que você vive, isso tudo é ilusório. São truques que pregam em você, para que esqueça que tem problemas de saúde, que tem contas a pagar, que tem um filho criminoso e que está sendo corrompido.
Enquanto fica aí olhando para as coisas ao seu redor, existe alguém muito mais esperto fazendo algo que vai te prejudicar ou que vai mudar o rumo do mundo. Então está esperando o que para mudar, protestar, falar, deixar de ser um robô? Já sei, espera que os dias passem lentamente fazendo com que você perca a vontade de viver, acredite em tudo o que eles têm para te dizer e caia para sempre no conformismo.